Anorgasmia

anorgasmia é, sem dúvida, uma das principais e mais recorrentes disfunções sexuais que acometem as mulheres e consiste em uma dificuldade anormal de se alcançar estados de excitação sexual aptos a proporcionar o orgasmo feminino, acarretando enorme frustração em grande parte das mulheres.

É importante ressaltar que o problema se manifesta em vários graus, há mulheres anorgásmicas que sequer tiveram a experiência com o orgasmo e uma parcela significativa tem grande dificuldade de chegar ao clímax ou só conseguem por meio da masturbação, deixando de vivenciar o prazer orgástico com o parceiro ou parceira.

A nossa experiência revela que todas as mulheres possuem capacidade de experimentar o orgasmo, inclusive os tão sonhados múltiplos orgasmos, a não ser que tenham alguma patologia que comprometa essa função no organismo. Ocorre que, a grande maioria dos casos de anorgasmia é de natureza psicológica ou de desconhecimento do próprio corpo, além, é claro, dos casos de total falta de habilidade do(a) parceiro(a), sem falar na pressa que as pessoas tem para fazer sexo, disponibilizando pouquíssimo tempo para a área mais importante da natureza humana, na minha opinião.

Esse problema guarda relação direta com a conotação negativa que atribuímos a tudo que envolve a sexualidade: tabus, preconceitos, sensações de culpa em relação ao prazer, falta de auto-merecimento e a dificuldade de receber, medo de perder o controle das emoções e do próprio prazer.

Evidentemente que isso gera angústia, ansiedade e uma perturbação que inibe a experiência orgástica e fragiliza quem sofre da anorgasmia, desencadeando insegurança, falta de amor próprio, depressão e refletindo, sobretudo, nos seus relacionamentos. Esses fatores psicológicos são muito comuns e precisam ser ressignificados.

E nesse ponto, não dá para tirar também a responsabilidade dos(as) parceiros(as) sexuais, especialmente nas relações heterossexuais, na medida em que a queixa de que os homens pulam etapas importantes da relação sexual tem frequência significativa. Vale lembrar dos casos em que os homens até se preocupam em preparar a mulher para o ato sexual, investindo nas preliminares, mas o fazem de maneira completamente desajeitada, sem ritmo ou sensibilidade.

Justiça seja feita, e essa é a grande verdade, também não se pode atribuir a culpa aos homens por isso, o que ocorre é a absoluta ausência de educação a respeito do tema, não há escolas ou cursos de sexo, e as pessoas aprendem a fazer sexo em filmes pornôs, num aprendizado completamente distorcido da realidade, já que o que se aprende nesse material serve para pouquíssimas pessoas.

Sexo é um aprendizado sim, e, quando realizado respeitando-se as individualidades e as limitações naturais de cada pessoa, pode proporcionar uma vida sexual mais sadia e realizada, o que repercute em todas as áreas da vida. 

Na visão da terapêutica tântrica, a penetração é só mais uma fase do ato sexual e os orgasmos já são experimentados muito antes desse momento, tudo é uma questão de prática, entrega e conexão. A terapêutica tântrica e as massagens realizadas com a técnica correta também proporcionam uma desgenitalização do prazer, além da consciência corporal necessária para que se possa identificar a expansão dessa energia e o prazer que ela proporciona. A descoberta, pela própria mulher, de pontos extremamente erógenos e de elevados potenciais energéticos, torna a experiência orgástica uma realidade.

Em estudo recente da Universidade de São Paulo, constatou-se que 44,4% das brasileiras entrevistadas pela pesquisa Mosaico 2.0, têm dificuldades para chegar lá. No caso das mulheres de Brasília, a porcentagem é ainda mais alta: 45,6% das ouvidas no DF enfrentam essa disfunção sexual. (fonte: metropoles.com).

Aos homens, fica claro que é preciso aprender os caminhos do corpo que potencializam a energia, despertando os receptores dos neurotransmissores e criando novas sinapses neurais que propiciem as condições para o orgasmo feminino.

Às mulheres, a dica é se permitirem a uma viagem sem volta em direção à redescoberta do corpo e ao desenvolvimento sensorial, estabelecendo-se uma conexão com essa energia, livre da conotação negativa da sexualidade, possibilitando a expansão da energia sexual e a dissolução de couraças e bloqueios energéticos que impedem as descargas bioelétricas orgásticas. A importância dessa abertura ao tantra será sentida quando se entrar em contato também com os benefícios alcançados pela liberação hormonal decorrentes da experiência orgástica, o que perdura por várias horas e até dias no organismo, possibilitando uma vida mais plena e realizada.

Por Prem Gurutama